A DOR DE UMA PERDA

Fiquei anos sem contato e quando consegui me recuperar parcialmente dessa separação, passei a ficar o máximo de tempo possível com meu amor, e aproveitar cada segundo que restava. Mesmo com o diagnóstico de vários especialistas eu sempre nutri esperanças. Na época, eu estava até convencida de que poderíamos encontrar algum tratamento. Quando encontramos, não esperávamos que seria tarde de mais. Acho que essa foi a pior parte. Doeu no fundo da alma, sabe?

Já passado quase 5 meses ainda não consigo esquece-lo. Não que eu tenha tentado, mas preferiria ter dias melhores registrado na memória. Ainda que me resta capturar cenas daqueles gestos bobos e brincadeiras que faziam parte do seu dia a dia, prefiro ficar no silêncio. Possa ser que não seja uma boa saída, o silêncio, mas isso me conforta. Sempre me pego sorrindo sozinha. Meu pai foi a pessoa que mais me mostrou o sentido do sorriso, alegria e felicidade. Meu maior orgulho. 

Posso estar enganada mas penso que a morte seja algo muito confortável, de certa forma a cura de todas as dores incuráveis. Ninguém me tira isso da cabeça. A morte é o atalho para o fim dos problemas. É a tranquilidade para sofrimentos indispensáveis. Não. Eu não estou pensando em me matar. Mas pensando assim, tenho em mim uma conformação mais obvia do fato.

A verdade é que isso ainda é minha maior fraqueza. A dor da separação e aceitar as coisas que Deus faz em nossas vidas. E quando eu disse que escreveria aqui todas as coisas que não caberiam no peito, não estava brincando. Não consegui aguentar. Sonhar com ele por quase todas as noites vem me dando um desespero constante. A unica saída é aceitar os fatos. Alguém precisa ser forte. Esse alguém talvez não seja eu, mas engano bem.

Imagem: Google e texto de própria autoria.